domingo, 27 de maio de 2007

ELE TEM CUIDADO Parte I

Não andeis ansiosos com as coisas materiais é a mensagem de Jesus.

Mateus 6. 25-30
25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?
26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.
29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?


Como somos matéria, além de sermos alma e espírito, e vivermos num mundo físico-material, a nossa propensão é enxergar as coisas muito mais a partir de uma perspectiva física, daí valorizarmos tanto o palpável.
Jesus veio nos mostrando que o material é passageiro, e de verdade não é? Quem dos mortais até hoje ultrapassou os séculos é até hoje continua vivo, cem, duzentos, trezentos e tantos anos?
A verdade é que vamos passar assim como a neblina que ora está e depois já não está mais.
Então, nas palavras de Jesus, não vale a penas nos afligirmos, nos atormentarmos, fazermos da materialidade, e para muitos do materialismo, a essência da nossa vida.
As palavras de Jesus, acima, nos propõem o descanso, a esperança, a fé. Nos tornamos homens e mulheres de pequena fé quando fazemos da nossa fé um chamamento a existência primordialmente através do que é visível e tangível.O visível e o tangível têm sua parte no breve tempo que vivemos aqui e temos de dar atenção a isto também, mas não como se tudo se resumisse ao visível e tangível. A oportunidade de crescer, de progredir deve ser aproveitada, porém de forma natural, como algo que chega a nós, sempre lembrando das palavras do apóstolo Paulo: Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição (1 Timóteo 6.9).O que não se pode é padronizar a benção de Deus como muitos têm procurado fazer, como dizer a uma platéia: Deus quer te dar o melhor carro, Deus quer que você tenha a melhor casa da cidade (discurso produzido por embalo do positivismo sem reflexão). Há que se perguntar quantos “melhor carro” serão necessários? Qual é o melhor carro? O que esse carro tem que ter? Essa é uma mensagem de consumismo. Vivemos num país onde a velocidade máxima permita nas nossas rodovias varia de 80 a 110 quilômetros por hora. Qual o objetivo de ter um carro que ande a 250 Km/h, senão ostentação! Isso é o que muitos pregadores têm despertado, desejo de ter, de ostentação. Quantas “melhor casa da cidade” serão necessárias? O que e qual é a melhor casa? Quantos crentes têm alcançado o melhor carro e ou a melhor casa? Quantos e quantas são os mais bem sucedidos da cidade?
A fé não precisa de induções inconsistentes para se manifestar, precisa simplesmente existir e então através dela uns terão mais e outros menos, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um (Romanos 12.3).
Assim como há diversos níveis de inteligência, de percepção, de aptidão, de força física, há diversos níveis de fé, de resultado da fé, de espiritualidade; e não há evidência na Bíblia de que Deus queira que todos sejam nivelados, mas antes ele procurará aproveitar a cada um para o que for melhor, de acordo com a característica de cada um. Ele é o Deus da prata e do ouro, mas isso não significa que Ele terá de nos abençoar da forma como queremos ou como alguém nos profetizou.
Jesus, nos versos acima, em meu ver, quer dizer que aqueles que vêem no Pai, vêem nEle, o sentido da vida serão contemplados pelo Pai e o Pai não negligenciará as suas necessidades; o que de material precisarmos ele tem para nos dar, basta nEle crer, crer acompanhado de honestidade, trabalho, esforço, disposição para a vida, usando os recursos físicos e intelectuais que temos (há quem não se esforce e pensa que vai progredir, como?).
Parece que hoje não estamos dando conta do crer que Jesus propôs, que começa em Deus, sobrevive em Deus e em Deus descansa, porque Ele cuidará de nós. O nosso crer se tornou um crer material, acho que por que começamos pela ponta errada, a dos resultados que a fé pode trazer (essa é a ênfase que se tem dado) e não a da fé que existe e por conseqüência traz resultados; o objetivo são os resultados e não a fé. Fé que é fé, segundo o Evangelho, produz resultados os quais não precisamos insistir que outros os apresentem, tenham, porque as coisas do Espírito são como o vento que sopra onde quer e ninguém sabe para onde vai. Não há macetes, chaves, segredos para que Ele cuide de nós, para que os resultados da fé apareçam, basta estar nEle e para Ele viver, de corpo, de alma, de espírito, de verdade: de todo o teu coração, de toda a tua alma (Marcos 12.30). É como planta que com o molhar da terra cresce, ganha força, desponta. A fé do Evangelho é fé que depende da água que Ele der. Ele sabe o que as suas plantas precisam e a quantidade que precisam para estar bem. (Continua ...)

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