domingo, 22 de março de 2009

O ESCÂNDALO DO TÚMULO



Há um tempo, li o texto abaixo, O Escândalo do Túmulo, no site Christian History, o qual resolvi traduzir para o português para que outros também o conheçam. É um texto, guardo junto ao meu material, que tem feito parte das minhas reflexões acerca da obra da cruz e o fato de Jesus ter-se feito escárnio por nós. O texto traz uma perspectiva interessante do sofrimento de Jesus, demonstrando que o desprezo por ele sofrido, ultrapassou as fronteiras da cruz. Quando o li, o relacionei a Deuteronômio 21:22, 23 e a Gálatas 3:13:


Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança.


Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;

A crucificação era pena aplicada aos malditos, bandidos, aos indignos deste mundo. Estar na cruz, significava não servir mais para a terra e nem para o céu. O morto não podia permanecer na cruz após às 6 horas da tarde, quando se iniciava um outro dia. Após o sepultamento, ele desaparecia da terra e sua vergonha com ele, a justiça se satisfazia e a família ficava livre das desgraças do condenado, podendo seguir o seu curso.



O Escândalo do Túmulo


Os funerais dos judeus quase sempre aconteciam no mesmo dia do falecimento. Os olhos do morto eram fechados, o corpo era ungido com perfumes e unguentos, os orifícios eram fechados e o corpo era enrolado em faixas de pano – segurando a mandíbula fechada, segurando os braços no lado do corpo e mantendo os pés juntos. Depois do corpo preparado, era posto maca funerária ou num caixão e levado pela cidade em cortejo até o sepulcro da família, o qual normalmente ficava numa rocha em forma de caverna que podia ser fechada com uma pedra.


Depois das palavras finais, o corpo era disposto em uma parte mais reclusa ou numa espécie de patamar, juntamente com objetos de valor, como joias ou outros objetos de efeito. Alguns funerais eram feitos de forma muito rápida, gerando histórias contadas pelos rabinos de pessoas que haviam sido sepultadas erroneamente antes de estarem mortas.


O sepultamento não era o ato final do ritual judeu de falecimento. Uma semana de intenso lamento, chamada de shivah (sete), prosseguia após a morte, na qual os membros da família permaneciam em casa e recebiam as condolências dos amigos (Maria e Marta estavam nesse período de pesar por Lázaro quando Jesus chegou à casa delas).


Do shivah, o luto prosseguia, não tão intenso agora, até completar um mês, período chamado de shloshim (trinta). Durante este período, os membros da família não saiam da cidade, não cortavam o cabelo e não frequentavam reuniões sociais. Terminado o shloshim, a vida voltava quase ao normal, porém os familiares mais próximos do falecido, ainda, lamentavam a sua morte até completar um ano. Depois de um ano, retornavam ao túmulo para uma cerimônia fechada, conhecida como “o recolher dos ossos”. Os ossos eram recolhidos e depositados num pequeno recipiente de pedra, chamado de ossuário. Então, finalmente, os rituais de pesar terminavam e os parentes podiam retornar integralmente à vida normal.


Sem descanso para os perversos


Procedimentos funerários diferentes eram aplicados àqueles que fossem condenados a morte pela corte judaica. O sepultamento em desgraça era bem conhecido desde os tempos mais remotos da história de Israel. Alguns profetas e reis, por exemplo, sofreram tratamento em ignomínia após as suas mortes.


Nos dias de Jesus, o sepultamento em desonra significava duas coisas: (1) o condenado a morte não podia ser colocado no túmulo da família até um segundo sepultamento, e (2) não podia ser pranteado em público. A família não poderia observar nem o shivah nem o shloshim. Esperava-se dos membros da família obediência ao veredito da corte.


É chocante que o sepultamento de Jesus se encaixa nos dois pontos vistos do sepultamento em desonra. Na narrativa dos quatro Evangelhos, Jesus não é sepultado num túmulo da família e também os rituais de pranto não são observados. Até mesmo quando as mulheres foram ao sepulcro, elas foram para “ver o sepulcro” ou ungir o corpo.


Ainda, os Evangelhos, explicitamente, descrevem o sepulcro de Jesus como um “onde ninguém havia sido posto anteriormente”.


A humilhação que Jesus sofreu, portanto, não terminou com a crucificação. Depois de Jesus morrer, o seu corpo foi tratado como objeto de vergonha – Ele foi sepultado em desgraça, como se fosse um criminoso condenado à morte.



Byron R. McCane, professor de religião, Converse College Spartanburg, Carolina do Sul – EUA.

sábado, 21 de março de 2009

Por onde deve começar a Evangelização?

Texto trazido do site de Robson Ramos, com quem eu tenho o prazer de trabalhar.
http://www.mateus21.com.br/blog/


Se há um tema sobre o qual gosto de falar e aceito sem pestanejar, quando sou convidado, é “evangelismo pessoal”. Afinal, foram muitas cabeçadas e já são quase 30 anos de estrada, portos e aeroportos. Dias e noites, sob forte calor ou em temperaturas negativas. Longas conversas em situações das mais diversas, em ambientes agradáveis com ar condicionado, centros acadêmicos, rodoviárias, vôos intermináveis. Ainda me lembro de muitas faces e sotaques, dos mais diversos.
Uma das faces, das quais me lembro, é a de um estudante de pós-graduação da Nigéria, numa conversa que tivemos enquanto tomávamos café no Centro Acadêmico na Universidade de Wisconsin, EUA. Oriundo de um contexto tribal na Nigéria, ele tinha dificuldade para aceitar a divindade de Cristo. Lembro-me também de outro estudante, doutorando em Filosofia. Navin era o nome dele. Morávamos no mesmo alojamento de estudantes. Nossas conversas aconteciam na escada, no meio da noite e às vezes sob frio intenso, no lado de fora, onde ele podia fumar. Ex-ator na Índia, seu país de origem, ele dizia que era um “hindu-existencialista”.

Nos workshops sobre este assunto em igrejas e conferencias constato que os participantes, invariavelmente, apresentam a mesma e preocupante dificuldade: não saber responder com clareza uma pergunta: o que é o Evangelho?

As respostas invariavelmente apontam para uma salada de fruta de clichês religiosos sem uma amarração conceitual que faça sentido. E no final tudo se resume a um ralo caldo religioso diluído, sem substância. Ninguém sabe a mínima sobre e, muito menos elaborar, uma argumentação que dê o devido realce à “singularidade” de Cristo e de uma visão de mundo com pressupostos fundamentados nas Escrituras. Aliás, é trágico considerar o fato de que as pessoas nas igrejas não fazem a mínima idéia do que vem a ser isso, a “singularidade de Cristo”. Mas sobre as bandas Gospel da hora estão absolutamente antenados. Sabem de tudo.

Numa sociedade em que há tantas formulas, receitas e propostas, que diferença Jesus Cristo faz?

Ora, se a realidade é essa, em que jovens e adultos nas igrejas não conseguem responder adequadamente a essa pergunta, que tipo de “evangelismo” eles podem fazer?

Não seria o caso de começarmos a evangelizar quem está na igreja?

Sem se dar conta, muitos cristãos, evangélicos, gospels ou não, no fundo no fundo acabam pensando como Ghandi, para quem, conforme palavras atribuídas a ele “Cristo era merecedor, sim, de um trono, mas não de um trono solitário.”

segunda-feira, 9 de março de 2009

Precisamos Sentir Mais


Tradução livre do poema postado anteriormente - We Need to Feel More

Precisamos sentir mais para entender os outros
Precisamos amar mais para sermos amados
Precisamos chorar mais para nos purificarmos
Precisamos sorrir mais para nos alegrarmos em nós mesmos

Precisamos estabelecer valores de honestidade e justiça
Quando interagimos com as pessoas
Precisamos estabelecer uma firme base ética como estilo de vida

Precisamos enxergar além das nossas pequenas fantasias
Precisamos prestar mais atenção
E ouvir às necessidades dos outros

Precisamos dar mais e receber menos
Precisamos compartilhar mais e possuir menos
Precisamos perceber a importância da família
Como coluna à estabilidade
Precisamos olhar mais
E perceber que não somos tão diferentes
Uns dos outros

Precisamos criar um mundo onde
Possamos viver em paz a vida que escolhemos
Precisamos criar um mundo onde
Possamos novamente confiar uns nos outros

Escrito por Susan Polis Schut

domingo, 8 de março de 2009

We Need to Feel More

Belo poema que logo estarei postando em português.




We need to feel more to understand others
We need to love more to be loved back
We need to cry more to cleanse ourselves
We need to laugh more to enjoy ourselves

We need to establish the values of
honesty and fairness
When interacting with people
We need to establish a strong ethical basis
as a way of life

We need to see more
than our own little fantasies
We need to hear more
and listen to the needs of others

We need to give more and take less
We need to share more and own less
We need to realize the importance of family
as a backbone to stability
We need to look more
and realize that we are not so different
from one another

We need to create a world where
We can all peacefully live the life we choose
We need to create a world where
We can once again trust each other

Poem by Susan Polis Schut